JUVENTUDE SOB VIGILÂNCIA

ENCRIPTAÇÃO DO PODER NA CRIMINALIZAÇÃO DO BULLYING E DO CYBERBULLYING

Autores

  • Henrique Viana Pereira PUC Minas
  • Gabriela Santana da Silva Puc Minas
  • Maria Eduarda Santos Fernandes Puc Minas

DOI:

https://doi.org/10.63054/2177-823X.2025.793

Resumo

O artigo analisa a tipificação penal do bullying e do cyberbullying, introduzida pela Lei n. 14.811/2024, à luz da Teoria da Encriptação do Poder (TEP), de Ricardo Sanín-Restrepo, articulando-a com a lógica de vigilância e o controle punitivo da juventude. Parte-se da hipótese de que a criminalização dessas condutas opera por meio de um modelo transcendente de sujeito jurídico que invisibiliza os jovens subalternizados, instrumentalizando-os como justificativa para o fortalecimento do sistema penal. A metodologia adotada é a revisão bibliográfica com enfoque problematizante, com dois objetivos principais: (a) investigar os discursos legislativos e sociais que embasam a tipificação; e (b) analisar os efeitos práticos da lei no reforço de mecanismos de vigilância e punição. Argumenta-se que a retórica de proteção atua como instrumento de encriptação do poder e de docilização das lutas sociais, promovendo a criminalização da juventude e aprofundando desigualdades estruturais. A partir da TEP, demonstra-se como o chamado “povo oculto” é excluído do ideal de cidadania e convertido em alvo do controle penal.

Biografia do Autor

Henrique Viana Pereira, PUC Minas

Doutor e Mestre em Direito pela PUC Minas. Professor dos cursos de Mestrado e Doutorado em Direito Penal no Programa de Pós-graduação da PUC Minas. Professor de Direito Penal e Processo Penal da PUC Minas e do Centro Universitário Unihorizontes. Advogado criminalista sócio do Ariosvaldo Campos Pires Advogados. Coordenador do grupo de pesquisa “Direito Penal Contemporâneo: em busca da maior proteção com o menor sacrifício à liberdade”.

Gabriela Santana da Silva, Puc Minas

Mestranda em Direito Penal na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), com bolsa CAPES taxa, na linha de pesquisa "Intervenção Penal e Garantismo". Participante do grupo de pesquisa do CNPq "Direito Penal Contemporâneo: em busca da maior proteção com o menor sacrifício à liberdade.

Maria Eduarda Santos Fernandes, Puc Minas

Mestranda em Direito Penal na PUC Minas, com bolsa FAPEMIG, na linha de pesquisa “Intervenção Penal e Garantismo”. Participante do grupo de pesquisa do CNPq "Direito Penal Contemporâneo: em busca da maior proteção com o menor sacrifício à liberdade".

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Publicado

2025-07-11

Edição

Seção

Artigos